Lideranças femininas compartilham suas expectativas para 2023

O Portal Letteris dá início neste dia 23 de janeiro à Série Ponto de Vista, que vai reunir artigos escritos por lideranças femininas e profissionais relevantes nas áreas em que atuam sobre como enxergam o ano de 2023 e os desafios que estão por vir.

Cada qual com uma abordagem diferente, em que revela sua visão do mundo, perspectivas de futuro e agenda de prioridades.

Em comum, estas lideranças femininas têm o desejo de fazer um ano melhor: melhor para si, para os que amam, para a comunidade em que vivem, para o País e para a humanidade.

E quem assina o artigo de estreia desta série é a presidente da Associação Riograndense de Imprensa (ARI) Seccional Serra Gaúcha, jornalista Vania Marta Espeiorin.

Dona de enorme carisma e de um olhar generoso sobre tudo, Vania trabalha na área da Comunicação Social há mais de 25 anos. Mestre em Educação pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), também é formada em Pedagogia (UCS), licenciada em Educação Profissional e Tecnológica pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) – Campus Caxias, especialista em Literatura Infantil e Juvenil (UCS) e especialista em Assessoria e Gestão da Comunicação (Facel). Natural de Campinas do Sul (RS), desde 2014 é jornalista do quadro de servidores efetivos da Câmara Municipal de Caxias do Sul.

As próximas lideranças femininas que estarão na Série Ponto de Vista são a advogada Aline Ribeiro Babetzki, a deputada federal Denise Pessôa e a arquiteta Jéssica De Carli.

 

Tempo de maturar

Por Vania Marta Espeiorin

Planejar pode ser um verbo muito amigo neste novo ano que se inicia. É que pode nos ajudar a enxergar horizontes promissores onde, talvez, não imaginávamos. A experiência e a organização também contribuem. Nem sempre conseguimos parar com tranquilidade para pensar nos próximos passos que queremos dar em termos de planos, sonhos, projetos, novas iniciativas, sejam elas profissionais ou pessoais. Gosto de quem ousa em todos os sentidos, mas confesso que a maternidade e a maturidade têm me ensinado a deixar a vida conduzir-me em vez de querer colocá-la em minhas rédeas.

Entretanto, também mostram que um mínimo de planejamento é mais que preciso. Do contrário, podemos perder as rédeas da vida cotidiana e nosso dia a dia virar uma bagunça…

Por isso, quero viver o ano de 2023 com um planejamento possível e espero que ele não voe ou pisque muito rápido, como fez 2022.

No ano passado, quando vi, minha Martina já tinha chegado aos dois anos, aprendido a falar, construindo frases e argumentos com lógica, reconhecido cores, formas e começado a ser autônoma em vários hábitos…

Quando vi, já estávamos em mais um ano eleitoral, novas coberturas jornalísticas na política e em todas as demais áreas.

Quando vi, as aulas de 2022 se encerraram, o ano terminou, uma retrospectiva foi montada e, uns dias antes, um novo verão havia nascido.

Vendo essa celeridade das horas, nunca caiu tão bem as palavras da boneca criada pelo escritor paulista Monteiro Lobato. Em Memórias da Emília, a menina de cabelos coloridos de fios de lã, certa vez, disse ao senhor Visconde de Sabugosa que a vida é um “pisca-pisca” e prosseguiu:

“A gente nasce, isto é, começa a piscar.

Quem para de piscar, chegou ao fim, morreu.

Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso.

É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais.

A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso.

Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia.

Pisca e mama;

Pisca e anda;

Pisca e brinca;

Pisca e estuda;

Pisca e ama;

Pisca e cria filhos;

Pisca e geme os reumatismos;

Por fim, pisca pela última vez e morre.

– E depois que morre – perguntou o Visconde.

– Depois que morre vira hipótese. É ou não é?”.

O lado bom das conversas da Emília é que, normalmente, há uma pergunta, um caminho, uma resposta, mesmo que seja tornar-se hipótese.

Que, em 2023, possamos planejar pelo menos um pouco, sonhar bastante, amar mais quem conhecemos ou que estamos por conhecer, atuar profissionalmente no que gostamos, inquietar-se, a exemplo da Emília, abraçar nossa família várias vezes e com profundidade e amadurecermos mais para vivermos com paciência, saboreando o dia a dia com prazer e sem pressa. Isso porque sempre é tempo de cultivar bons sentimentos e maturar ou implementar novas ideias e realizações.

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Formada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo - pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), especializada em Comunicação Organizacional pela Universidade de Caxias do Sul e licenciada em Letras pela UCS.

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