Entrevistado que exagera nas informações cansa o repórter
Texto de Marta Guerra Sfreddo
Anos de assessoria de imprensa, observando bem de pertinho a relação entre jornalistas e suas fontes, me renderam algum conhecimento sobre a – nem sempre fácil – arte de conceder entrevistas. Existem inúmeras dicas valiosas para quem quer fazer bonito em uma entrevista, seja para jornal, rádio, TV ou site.
Nestes anos todos vi muitas fontes pecarem por excesso. Sim, por excesso e por falta de objetividade. Entrevistas com pessoas extremamente tímidas ou de poucas palavras, embora também deem certo trabalho, são mais facilmente conduzidas pelo repórter, que usará de um repertório maior de perguntas para obter as informações de que precisa.
Agora, o entrevistado que fala demais, além da conta, que emenda uma história ou informação na outra, ou que cita informação que leu em outro jornal ou revista, esse é mais difícil de lidar. A dica de ouro para esses casos é: meça o interesse do que você está dizendo pelo volume de anotações que o repórter está fazendo enquanto está na sua frente. Se parar de anotar ou gravar, pode ser que ele não está mais interessado no que você está dizendo por não serem informações relevantes ou úteis para a pauta na qual está trabalhando. É tiro e queda! O repórter deve apenas estar esperando educadamente que você termine o que começou.
Por isso, antes de se puxar no verbo, saiba exatamente qual o enfoque da matéria e concentre-se na objetividade. Nem você nem o jornalista vão perder tempo e as chances de sua entrevista ser um sucesso são maiores (Crédito da ilustração: Pixabay)